Quando a justiça falha, a polícia resolve: o caso Weverson Batista

caso weverson

As mulheres de Aparecida agora podem respirar um pouco mais aliviadas, após a morte nesta quinta (22) de um dos criminosos mais brutais e problemático da nossa cidade. Weverson Batista de Aguiar, de 34 anos, morreu em confronto com a Polícia Militar no Bairro Independência, após reagir a uma tentativa de prisão. Com passagens por crimes de extrema crueldade, ele acumulava denúncias de ameaças e perseguições recentes contra mulheres.

A morte ocorreu durante uma ação do 8º Batalhão da PM, com apoio da Força Tática e do setor de inteligência. Os policiais foram acionados por uma mulher que vinha sendo seguida e ameaçada por Weverson desde o início do mês. Segundo o relato, ele buscava informações sobre sua ex-namorada e chegou a apontar uma arma para a denunciante, exigindo o paradeiro da ex-companheira. Foi a terceira ocorrência registrada por ela em maio.

As equipes localizaram o suspeito em casa, mas ao tentar prendê-lo, foram recebidas a tiros. Durante o confronto, Weverson foi baleado e morreu ainda no local.

Um passado de brutalidade

O nome de Weverson não é novo para as forças de segurança. Em junho de 2017, ele chocou o estado de Goiás ao participar da morte de uma mulher grávida de cinco meses no Setor Comendador Walmor, em Aparecida. A vítima foi espancada, amarrada, asfixiada e teve o corpo parcialmente carbonizado. A motivação, segundo a investigação, foi passional e envolveu ciúmes, vingança e participação da então companheira de Weverson e do filho dela, um adolescente de 16 anos.

O crime causou comoção, mas não foi o fim de sua trajetória criminosa. Nos anos seguintes, Weverson colecionou ocorrências por violência doméstica, ameaças, perseguições e desrespeito a medidas protetivas. Em 2025, três mulheres registraram denúncias contra ele apenas entre janeiro e maio, todas alegando comportamento obsessivo e agressivo.

Um sistema que falhou

Apesar do histórico violento e de um caso emblemático de feminicídio, Weverson continuava em liberdade. Não houve prisão preventiva duradoura nem acompanhamento efetivo. As medidas protetivas solicitadas pelas vítimas não impediram que ele as abordasse, perseguisse ou as colocasse em perigo.

A morte dele levanta questionamentos inevitáveis: quantas vidas poderiam ter sido poupadas de sofrimento se o sistema tivesse funcionado? Quantas mulheres deixaram de denunciar por medo de não serem ouvidas?

Mesmo após condenações e passagens pela cadeia, a reincidência foi constante — e o desfecho, previsível.

O desfecho de uma ameaça constante

Ao reagir contra as equipes da Polícia Militar, Weverson selou o fim de uma trajetória marcada pela violência. Para muitas mulheres, inclusive as que ainda tentavam recomeçar após tê-lo conhecido, a notícia foi recebida como o fim de um pesadelo.

A ação firme da Polícia Militar em Aparecida de Goiânia foi decisiva para encerrar um ciclo de medo e agressões que a Justiça não conseguiu conter a tempo. Quando o sistema falha em isolar criminosos reincidentes e proteger quem denuncia, cabe à força policial agir com precisão, coragem e responsabilidade. Nesse caso, a rápida resposta das equipes do 8º Batalhão evitou que mais uma tragédia se repetisse. É preciso reconhecer o papel essencial dos agentes de segurança pública que, mesmo diante de limitações institucionais, seguem sendo a última barreira entre a sociedade e a violência.

Ainda assim, a morte em confronto não deve ser celebrada como solução. O que se lamenta, com pesar, é que tenha sido preciso chegar a esse ponto para que outras vidas deixassem de estar em risco. O papel do Estado é prevenir, punir e ressocializar — não reagir apenas quando é tarde demais.

Falhas que se repetem

A história de Weverson Batista expõe com dureza as falhas do sistema de justiça penal brasileiro. Um homem que deveria ter sido contido, tratado ou definitivamente afastado da sociedade continuava a agir como ameaça — até que fosse detido pela força.

A cidade de Aparecida, marcada por tantos episódios de violência, merece mais do que alívio momentâneo. Merece justiça que funcione, leis que protejam e um compromisso real com a segurança de quem denuncia.

Vamos falar sobre essa notícia? Mas lembre-se de ser responsável e respeitoso. Sua opinião é importante!

Ninguém comentou ainda. Clique aqui e seja o primeiro!

Compartilhar!

Mais Opções
Escrito Por
Leia Mais Sobre
0
Adoraria saber sua opinião, comente.x