A Receita Federal divulgou hoje a maior operação contra o crime organizado já realizada no país, trata-se da Operação Carbono Oculto. O foco da operação é revelar um esquema de empresas usadas pelo PCC para lavar dinheiro.

Entre as empresas investigadas, conforme informado pelo UOL, está a Rede Sol Fuel, que distribui combustível pelo país, tendo uma filial aqui pertinho de Aparecida, em Senador Canedo. E essa mesma filial forneceu o combustível utilizado pela Metrobus, no eixão da Avenida Anhanguera, entre 2023 e 2025, recebendo por isso mais de R$ 66.096.000 (sessenta e seis milhões e noventa e seis mil reais), conforme contrato encontrado no próprio site do Governo de Goiás.

O contrato encerrou-se em março desse ano, quando a Metrobus trocou de fornecedora de combustível. No site da Rede Sol, é possível encontrar um relatório financeiro de 2024, apontando que a empresa tinha ICMS a receber de volta por ter vendido combustível à rede Metrobus. Os valores também são altos, em 2023 eles acumularam R$ 4.673.000 (quatro milhões, seiscentos e setenta e três mil reais) e em 2024 outros R$ 10.964.000 (dez milhões, novecentos e sessenta e quatro mil reais).

A investigação aponta a infiltração do PCC em vários elos da cadeia de combustíveis (importação, formulação, distribuição e varejo), inclusive com adulteração por metanol em rede de postos usados para lavar dinheiro — Goiás está entre os estados onde há irregularidades mapeadas.

Por se tratar de uma distribuidora, qualquer posto da cidade pode ter utilizado combustível dessa empresa, especialmente os postos que não possuem bandeira, que são vários. Em São Paulo a investigação já identificou adulteração no combustível vendido por outras empresas ligadas ao PCC e com certeza deve também investigar a qualidade do combustível vendido pela Sol Fuel aqui.

Além da adulteração de combustível, há outros crimes investigados, como donos de postos que foram obrigados a entregar seus postos para o PCC, após ameaça de morte, conforme mostrou a Gazeta do Povo. Lavagem de dinheiro utilizando maquininha de cartão destes postos também foi outro crime identificado pela investigação.

Vale lembrar que recentemente, em São Paulo, empresas de transporte público perderam contratos pois estavam com suspeita de ligação com o PCC, conforme noticiou a CNN. Então causa estranheza ter outra empresa ligada ao grupo negociando com o transporte público da nossa região.

Essa investigação da Receita Federal precisa continuar com tudo, para revelar se o PCC também atua no transporte público da nossa região, além de esclarecer se os motoristas de Aparecida e região, já não foram vítimas de combustível adulterado de alguma das empresas ligadas ao PCC ou vítimas de outros golpes e crimes praticados pelo grupo.

Em Nota Oficial divulgada em suas redes sociais, a Rede Sol informou que não é alvo de investigação, que apenas compartilha uma base logística na cidade de Jardinópolis com outras empresas que estão sendo investigadas no local. A íntegra da Nota Oficial você pode ver na imagem compartilhada abaixo:

O Portal Aparecida trouxe essa informação em primeira mão e com exclusividade e continuará acompanhando as investigações, demonstrando nosso compromisso em trazer as notícias que nossa cidade precisa saber e que ninguém mais conta.

Importante lembrar que tudo ainda está no passo da investigação, nenhuma empresa foi condenada e todas possuem amplo direito de se defender, inclusive com direito de resposta no nosso jornal.