Operação Deep Hunt investiga fraudes de R$ 164 milhões

Imagem mostra itens apreendidos na Operação Deep Hunt, incluindo cartões bancários, relógios de luxo, celulares, joias, máquina de cartão e documentos usados em fraudes.
Mandados foram cumpridos em oito cidades; 32 pessoas já foram presas. (Foto: PCGO)

A princípio, o que parecia mais um caso isolado de fraude digital revelou uma rede articulada de crimes sofisticados. A Polícia Civil de Goiás deflagrou, nesta quinta-feira (10), a Operação Deep Hunt, que desmantela uma organização criminosa acusada de movimentar R$ 164 milhões com golpes cibernéticos e lavagem de dinheiro envolvendo a deepweb e criptomoedas.

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Investigação rompeu fronteiras digitais e físicas

Desde já, o volume de recursos e a complexidade do esquema chamaram a atenção. A investigação durou um ano e meio e contou com apoio da Binance — uma das maiores plataformas de ativos virtuais do mundo — e de setores especializados da própria polícia. O grupo acessava marketplaces ilegais na darkweb, adquiria dados bancários e cartões clonados, e aplicava fraudes pela internet.

Esses dados, vendidos com criptomoedas, incluíam informações completas de cartões de crédito, trilhas magnéticas, documentos falsificados e até cédulas estrangeiras forjadas. A partir disso, os criminosos executavam transações fraudulentas, compravam online ou revendiam os dados para outras redes.

Mandados, prisões e milhões em bens bloqueados

Logo depois do início da operação, policiais civis cumpriram 41 mandados de prisão temporária e 43 de busca e apreensão. A ação ocorreu simultaneamente em oito cidades: Aparecida de Goiânia, Goiânia, Goianira, Senador Canedo, Abadiânia, Estrela do Norte, Distrito Federal e Rio de Janeiro.

Além disso, o Judiciário autorizou o bloqueio de mais de R$ 112 milhões em bens, entre eles 32 imóveis e dezenas de contas bancárias. Ao todo, 32 pessoas foram presas. Uma delas em flagrante por tráfico de drogas, outra por posse ilegal de arma de fogo.

O esquema era estruturado como uma empresa

Segundo os investigadores, o grupo agia de forma profissional. Cada etapa tinha função bem definida: compra de dados, clonagem de cartões, execução das fraudes, dissimulação patrimonial e reinserção dos valores na economia formal. Tudo com o uso de empresas de fachada, contas em nome de “laranjas” e fragmentação de valores.

Ainda mais, eles usavam técnicas de anonimização digital, o que dificultava o rastreamento. Mas não impediu o avanço da investigação.

Da deepweb para o mundo real

Ao mesmo tempo, os lucros do esquema não ficavam apenas no ambiente virtual. O grupo investia em terrenos, imóveis e veículos de alto valor. Os criminosos simulavam movimentações empresariais e capitalizações fictícias para dar aparência legal ao dinheiro sujo.

Durante as buscas, a polícia encontrou impressoras de alta precisão, máquinas de cartão, drogas e documentos falsos. Tudo reforça o grau de estrutura e alcance da organização.

Por fim, os investigados devem responder por furto qualificado mediante fraude, lavagem de dinheiro com uso de criptoativos, falsificação de documentos públicos e particulares e por operar servidores fora do território nacional. A Operação Deep Hunt deixa claro que, mesmo no submundo da internet, a lei continua rastreando.

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