Espetáculo Dr. Raimundo coloca Aparecida no circuito internacional das artes cênicas
O Espetáculo Dr. Raimundo será apresentado em Bissau, na Guiné-Bissau, e coloca mais uma vez Aparecida de Goiânia no circuito internacional de artes cênicas. O Coletivo Justina, grupo goiano de arte comunitária com sede na cidade, participa do Festival DJINTIS 2025 com sessões nos dias 19 e 21 de novembro, às 15h, no Instituto Guimarães Rosa. A circulação integra as ações do projeto Territórios Emergentes, mantido com recursos da Política Nacional Aldir Blanc (PNAB) e da Secretaria de Estado da Cultura de Goiás, além disso dá continuidade ao plano de formação, criação e circulação do grupo.
Voltado especialmente para crianças a partir de 3 anos, educadores e professores, o Espetáculo Dr. Raimundo tem 90 minutos de duração e acompanha a trajetória de um menino que se sente diferente das outras crianças e convive com a solidão. Para reinventar o mundo à sua volta, ele cria Tatipirum, uma terra encantada onde encontra outros meninos como ele, a princesa Takaiúna e figuras inspiradas na cultura popular brasileira. A encenação mistura teatro de formas animadas, contação de histórias e jogos cênicos, sobretudo para convidar o público a imaginar, sentir e refletir sobre empatia, diversidade e criatividade na infância.
A montagem é uma realização do Coletivo Justina em coprodução com o Teatro Ludos e reforça a articulação internacional do grupo com instituições culturais da Guiné-Bissau. A participação no DJINTIS 2025 surge como resultado direto do trabalho de manutenção artística do Territórios Emergentes, do mesmo modo demonstra como a pesquisa continuada abre portas para parcerias e trocas entre artistas de diferentes países.
Com sede em Aparecida de Goiânia, o Coletivo Justina se define como ponto de cultura caminhante de arte comunitária e ancestral. O grupo atua em rede com artistas e coletivos de várias regiões do Brasil, da América Latina e da África, com foco em criação, difusão e formação artística baseadas em memórias coletivas, ancestralidades e práticas comunitárias. Em 2022, a metodologia de trabalho Dramaturgias Emergentes foi reconhecida como Tecnologia Social pelo Banco Ibero-Americano de Saberes, assim como consolidou o coletivo como referência em processos colaborativos de criação.
No repertório, além do Espetáculo Dr. Raimundo, o grupo mantém a peça “1888”, em coprodução com El Masticadero (Bolívia), e uma rede de atuação que envolve artistas da Argentina, Equador, Bolívia, Brasil, Colômbia, Guiné-Bissau, Chile e México. O projeto Territórios Emergentes organiza a rotina de 12 meses de pesquisa, formação e difusão da metodologia, com ações que conectam integrantes a partir de seus territórios de investigação, ainda mais por meio do GRUDE – Grupo de Estudos em Dramaturgias Emergentes, voltado à formação de novas pesquisadoras em dramaturgia.
Em agosto, o projeto recebeu a gestora cultural portuguesa Carol Rodrigues, criadora e diretora do Festival DJINTIS. Ela mediou formações voltadas ao fortalecimento institucional do Coletivo Justina, com foco na captação de recursos internacionais. O festival integra o projeto Ur-GENTE, implementado pela organização VIDA ONGD e financiado por instituições de Portugal, França e Guiné-Bissau, por outro lado conta com parceria de centros culturais como o Instituto Guimarães Rosa, o Centro Cultural Português e outros espaços de Bissau e Quinhamel, que acolhem a programação cênica.
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