Assédio moral em Aparecida leva à condenação
- Publicado em

A princípio, uma jovem de 25 anos decidiu não se calar. O Tribunal Regional do Trabalho em Goiás reconheceu que ela foi vítima de assédio moral e sexual enquanto trabalhava em uma pamonharia em Aparecida de Goiânia. O resultado: uma nova sentença que obrigará o ex-patrão a pagar R$ 7,5 mil por danos morais.
Provas mudaram o rumo do caso
Logo depois da primeira decisão, que fixava a indenização em apenas R$ 2 mil, surgiram provas que mudaram completamente a perspectiva do caso. Áudios e mensagens foram anexados ao processo e mostraram, de forma direta, que o comportamento do empregador ultrapassava todos os limites do respeito.
As investidas não eram pontuais. Elas aconteciam com frequência, misturando gestos obscenos, apelidos pejorativos e tentativas constantes de contato físico. A jovem suportou o ambiente por um tempo, tentando preservar o emprego. Mas quando as investidas se intensificaram e vieram acompanhadas de mensagens com teor sexual explícito, ela não viu alternativa senão se proteger.
Silêncio quebrado, provas entregues
Em seguida, após ser demitida, a funcionária tomou coragem para reunir o que tinha guardado — áudios, prints, lembranças difíceis — e deu início ao processo judicial. A defesa do patrão tentou insinuar que ela teria “dado brechas”. Mas as provas diziam o contrário.
As mensagens deixavam claro que ela nunca incentivou nada. Pelo contrário: sempre recusava, tentava contornar, evitava e o tribunal não teve dúvidas.
Pedido de desculpas pesa na decisão
Durante a audiência, um detalhe chamou a atenção dos magistrados: o ex-patrão pediu desculpas à jovem. Um gesto que, na prática, soou como uma confissão. E somado às provas já anexadas, acabou reforçando o entendimento da Justiça de que a situação envolvia, sim, assédio moral.
Além disso, os juízes consideraram o contexto: uma relação de poder desigual, em que a jovem dependia financeiramente do trabalho e se via presa em um ambiente hostil.
Justiça repara parte do dano
Por fim, a nova sentença fixou em R$ 7,5 mil a indenização por danos morais. O ex-patrão também deverá pagar todas as verbas trabalhistas e as multas referentes à demissão.
Embora o valor não apague o que aconteceu, ele representa um avanço — e um recado. O recado de que provas falam mais alto do que qualquer justificativa vazia. E de que o assédio, ainda que silencioso ou disfarçado, tem consequência.
Reflexo para outras vítimas
Acima de tudo, essa decisão tem impacto para além do processo. Mostra a importância de falar, registrar, denunciar. E principalmente, revela que mesmo em situações em que há medo, vergonha ou insegurança, a Justiça pode — e deve — proteger quem sofre calado.
Casos como esse ainda são comuns. Mas quando alguém quebra o silêncio, como fez essa jovem, algo se movimenta. E quando a Justiça age, mesmo que tardiamente, o silêncio começa a perder força.
Leia também
👉 Cia Nu Escuro apresenta peça premiada em Aparecida
👉 Aparecida projeta cidade inclusiva com voz popular
👉 Polícia desarticula golpe que lesou moradora de Aparecida
Vamos falar sobre essa notícia? Mas lembre-se de ser responsável e respeitoso. Sua opinião é importante!
Ninguém comentou ainda. Clique aqui e seja o primeiro!Agenda da Cidade
Nenhum evento programado.
Mande sua Sugestão!
O Portal Aparecida é de todo Aparecidense. Venha divulgar qualquer novidade da cidade. Mande sua sugestão de matéria, cadastro de evento, vagas de emprego, inauguração de loja ou campanha de caridade pelo nosso WhatsApp:
(62) 93300-1952